No mês de dezembro de 2023 o mundo voltou seus olhos para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O motivo? A COP28, ou Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima.
- COP1 (Berlim, Alemanha, 1995): o primeiro passo rumo à consciência global
- COP3 (Quioto, Japão, 1997): o protocolo de Quioto
- COP15 (Copenhague, Dinamarca, 2009): desafios e desilusões
- COP21 (Paris, França, 2015): o Acordo de Paris
- Localização estratégica: uma nova perspectiva
- Metas ambiciosas e inovação: rumo a um futuro sustentável
- Participação ativa de países em desenvolvimento: equidade e justiça climática
- Mobilização da sociedade civil e empresas: uma abordagem holística
O evento é uma continuação de uma série de conferências que estão moldando a agenda global para a sustentabilidade e combate às mudanças climáticas.
Esse assunto é sempre destaque em todos os meios de comunicação, além de receber os olhares de governos, organizações ambientais e grandes empresas do mundo inteiro.
Mas você sabe exatamente o que é uma COP, qual foi o início desses encontros e por que eles existem? Para quem atua com empreendedorismo socioambiental é muito importante compreender esse assunto.
Nós vamos explicar tudo isso a partir de agora e trazer um resumo da COP28. Acompanhe até o final para ficar por dentro!
O que é uma COP
Uma Conferência do Clima, também conhecida como COP, é uma reunião global que reúne representantes de países de todo o mundo para discutir e negociar ações relacionadas às mudanças climáticas.
Essas conferências são organizadas pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), que foi estabelecida em 1992 durante a Cúpula da Terra no Rio de Janeiro, sendo que a primeira COP (COP 1) aconteceu em 1995, em Berlim, na Alemanha.
Qual é o objetivo das COPs
As Conferências do Clima surgiram motivadas pela crescente conscientização global sobre as ameaças das mudanças climáticas e pela necessidade de cooperação internacional para enfrentar esse desafio complexo.
A comunidade internacional reconheceu que as ações unilaterais de um país seriam insuficientes para resolver um problema que transcende fronteiras nacionais.
O objetivo principal dos encontros, portanto, é coordenar esforços internacionais para lidar com as mudanças climáticas, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa e promovendo a adaptação a seus impactos.
Durante as COPs, os representantes das nações discutem e negociam medidas e a promoção de práticas sustentáveis, além de pensar em formas de apoio para países mais vulneráveis na adaptação aos impactos das mudanças climáticas.
Essas negociações geralmente envolvem acordos e protocolos que estabelecem metas e diretrizes para a ação climática global.
Pensando nisso, quais foram as principais Conferências do Clima e suas contribuições? Vamos ver agora!
Principais COPs e resultados
Quando a gente olha para trás, vemos o caminho trilhado nas Conferências do Clima da ONU e refletir sobre a sua importância crescente em meio à crise climática que assola o nosso planeta.
Para entender essa trajetória, precisamos saber quais foram as COPs de maior destaque e relevância:
COP1 (Berlim, Alemanha, 1995): o primeiro passo rumo à consciência global
A primeira Conferência do Clima da ONU, realizada em Berlim em 1995, marcou o início de esforços globais para enfrentar as mudanças climáticas. Embora tenha estabelecido as bases para a cooperação internacional, as metas iniciais eram modestas se comparadas aos desafios que já se apresentavam na época.
COP3 (Quioto, Japão, 1997): o protocolo de Quioto
A terceira COP resultou no Protocolo de Quioto, um marco histórico que delineou metas obrigatórias de redução de emissões de gases de efeito estufa para os países desenvolvidos.
Esse acordo estabeleceu um precedente importante, que foi destacar a necessidade de responsabilidades diferenciadas entre países industrializados e em desenvolvimento.
COP15 (Copenhague, Dinamarca, 2009): desafios e desilusões
A COP15 foi marcada por altas expectativas, mas resultou em desilusões e falta de consenso. Apesar das divergências, a conferência reforçou a urgência de ações climáticas substanciais e proporcionou uma lição valiosa para as negociações futuras.
COP21 (Paris, França, 2015): o Acordo de Paris
A COP21 foi um marco transformador. O Acordo de Paris buscou a participação de todas as nações na luta contra as mudanças climáticas, estabelecendo o objetivo ambicioso de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Esse acordo histórico uniu nações em um esforço coletivo para proteger o planeta.
Todos esses eventos trouxeram as suas contribuições. Porém, atualmente, o que a COP representa?
Importância atual das Conferências do Clima da ONU
As conferências anteriores resultaram em importantes acordos e compromissos, destacando a capacidade da comunidade global agir lado a lado quando confrontada com desafios existenciais.
No entanto, o ritmo da implementação muitas vezes não acompanhou a urgência dos problemas. À medida que o tempo avança, a crise climática global se intensifica, exigindo respostas urgentes e coordenadas.
Por essa razão, as Conferências do Clima da ONU, mais do que nunca, desempenham um papel crucial na promoção da cooperação internacional e na definição de diretrizes para ações climáticas globais. Elas não são apenas plataformas para discussões e negociações, mas também catalisadores para a implementação de medidas concretas que visam a sustentabilidade e a mitigação das mudanças climáticas.
Sendo assim, cada Conferência acaba sendo uma oportunidade para reafirmar e fortalecer os compromissos assumidos nas conferências anteriores, além de direcionar políticas de sustentabilidade de governos e empresas.
Leia também: Fundo Vale: investimento de impacto e projetos que fomentam o empreendedorismo ambiental
E a COP28?
A COP28 representou mais uma etapa nesse esforço global para criar um futuro sustentável e resiliente. Ela iniciou com algumas expectativas e desafios:
Localização estratégica: uma nova perspectiva
Se por um lado existia a polêmica do evento que fala sobre clima e meio ambiente ser realizado em um país explorador de petróleo, por outro, os Emirados Árabes Unidos também são conhecidos por sua visão inovadora e investimentos em energias renováveis. De uma forma ou de outra, a localização estratégica destacou o papel central da região no futuro da transição energética global.
Metas ambiciosas e inovação: rumo a um futuro sustentável
A COP28 chegou com a esperança de reforçar a necessidade de metas mais ambiciosas e inovações para atingir os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris. Afinal, ainda em 2023, a expectativa do índice de aquecimento global para 2030 já superou o previsto no Acordo de Paris.
Participação ativa de países em desenvolvimento: equidade e justiça climática
A equidade e a justiça climática continuaram a ser temas cruciais nas negociações climáticas. A COP28 deveria abordar a participação ativa de países em desenvolvimento, garantindo que suas necessidades fossem consideradas e atendidas de maneira justa.
Mobilização da sociedade civil e empresas: uma abordagem holística
A COP28 também implicava a oportunidade de fortalecer a colaboração entre governos, sociedade civil e setor privado. Sabemos bem: ações coordenadas e parcerias robustas são essenciais para enfrentar a complexidade da crise climática.
Resultados e acordos da COP28
Ao final de cada COP, são firmados acordos por meio de relatórios finais. Na edição de 2023, o que mais chamou a atenção foi a fala explícita a respeito da extinção dos combustíveis fósseis rumo à neutralidade climática até 2050.
A convocação foi para uma transição gradual que elimine os combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, triplicando a capacidade de energia renovável a nível mundial até 2030. Contudo, sem especificar de que forma a mudança deve ser feita e quais serão os recursos financeiros aplicados.
Do ponto de vista do governo brasileiro, “Ao reconhecer o senso de gravidade e urgência alertado pela ciência, o balanço global apontou avanços na luta climática desde a adoção do Acordo de Paris, identificando, porém, lacunas significativas de implementação de compromissos climáticos, principalmente por parte de países desenvolvidos, em termos de esforços passados de cortes de emissões e de obrigações financeiras junto a países em desenvolvimento”.
Em outras palavras, sim, na conclusão dessa COP houve o reconhecimento de que há muito a ser feito, porém, faltou reforçar o compromisso daqueles que promovem maior impacto para os resultados esperados.
No fim de tudo, permanece o grande desafio de limitar o aumento da temperatura média do planeta a 1,5ºC, meta global estipulada no Acordo de Paris.
Conclusão
A comunidade global está diante de um momento decisivo na direção de avançar em direção a um futuro mais resiliente e sustentável.
Neste sentido, precisamos reconhecer o papel crucial das Conferências do Clima da ONU na sobrevivência do nosso planeta. Esses eventos não apenas refletem a evolução das preocupações climáticas globais, mas também delineiam um caminho a seguir pelos diferentes setores (sociais, políticos e econômicos) para alcançar um equilíbrio sustentável entre as necessidades humanas e a saúde da Terra.
Nesse debate, é preciso aprender com os desafios e sucessos do passado e a partir deles moldar um amanhã onde a harmonia entre a humanidade e a natureza seja a norma, não a exceção. Para nós, brasileiros, também fica a expectativa de que em 2025, na COP30, que acontecerá aqui no nosso país, o mundo tenha resultados positivos a compartilhar!
Você gostou desse conteúdo? Então aproveite para compartilhar e ajudar outras pessoas a se conscientizarem da importância desse debate sobre o impacto do clima no nosso planeta!