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Impacto ambiental: tendências e responsabilidades corporativas

Impacto ambiental: tendências e responsabilidades corporativas

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O tema do impacto ambiental, felizmente, tem sido cada vez mais presente em diferentes âmbitos da sociedade. Dentro das empresas, a consciência pela conservação do meio ambiente também passou a integrar planejamentos e decisões.

Antes de mais nada, muito dessa nova realidade vem a partir das iniciativas globais para estímulo à sustentabilidade e do fortalecimento do ESG como critério para investimentos. Neste cenário, pensar, falar e agir de acordo com práticas sustentáveis de crescimento e atuação passou a ser um fator indispensável para os resultados em diferentes frentes dos negócios.

Este artigo vai falar a respeito dessa tendência irreversível e mostrar por que a sua empresa não pode ficar de fora. Boa leitura! 

O foco do mundo no impacto ambiental

No Brasil, o CONAMA, Conselho Nacional do Meio Ambiente, descreve o que é impacto ambiental no artigo 1 da Resolução 001/86:

“(…) considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I – a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II – as atividades sociais e econômicas;

III – a biota;

IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V – a qualidade dos recursos ambientais.”

Por essa definição é fácil perceber que qualquer ação humana acaba acarretando, ainda que involuntariamente, algum impacto no meio ambiente, positivo ou não.

A partir dessa premissa, mas considerando o aspecto negativo a respeito desse efeito permanente e progressivo em escala mundial, diversas lideranças do planeta passaram a se mobilizar. Tiveram início, então, discussões globais e a defesa de medidas para frear a poluição e o desmatamento – fatores capazes de ameaçar a sobrevivência humana na Terra.

Marcos históricos

Em uma breve linha do tempo, é possível perceber grandes movimentações em defesa de práticas mais sustentáveis, algumas delas promovidas pela própria ONU (Organização das Nações Unidas):

1992 – Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento, ou Eco 92, ou Cúpula da Terra: Marco em políticas internacionais sobre questões ambientais, trouxe cinco importantes acordos ambientais: Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; Agenda 21; Princípios para a Administração Sustentável das Florestas; Convenção da Biodiversidade; Convenção do Clima.

2000 – Pacto Global: Iniciativa para estimular empresas a adotarem políticas de responsabilidade social e sustentabilidade. 

2002 – Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, ou Cúpula de Joanesburgo, ou Rio +10: O encontro debateu o desenvolvimento sustentável com base no uso e conservação da biodiversidade e dos recursos naturais renováveis e reafirmou os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), proclamados dois anos antes pela Declaração do Milênio das Nações Unidas.

2015 – Agenda 2030: Proposta da ONU que trouxe um plano de ação para o desenvolvimento sustentável no mundo.

2015 – Acordo de Paris: Tratado mundial pela redução do aquecimento global.

Abertura da COP27.  Foto: STRINGER / AFP

Esses são apenas alguns dos encontros que ajudaram a colocar holofotes sobre essa questão pensando no futuro da humanidade. Em todos eles, ficou claro o papel das corporações para o compromisso de cuidado com o planeta.

Da mesma forma, por aqui também tem havido uma movimentação pela causa ambiental.

A postura do Brasil e os movimentos internos

Trazendo o olhar para mais perto, o nosso país também tem acenado para ações mais efetivas no setor ambiental.

Na Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas de 2022, a COP27, o Brasil levou pautas relativas ao impacto ambiental:

Quando o assunto é Amazônia, também existem acontecimentos importantes tratando dessas questões. Encontros como o Amazônia Forest Summit e o Festival de Investimento de Impacto e Negócios Sustentáveis da Amazônia (FIINSA) reúnem lideranças locais, especialistas, executivos, sociedade civil, organizações sociais e investidores em torno de sustentabilidade, inovação, pessoas e negócios na região.

Todo esse debate é essencial, uma vez que o desenvolvimento econômico precisa caminhar em parceria com a responsabilidade socioambiental. Seja pela conscientização genuína ou pela propulsão do ESG, o mercado está cada vez mais consciente disso. 

Setores e projetos corporativos voltados ao impacto ambiental

O terceiro setor já atua fortemente na questão do impacto positivo. Organizações sociais e ambientais, institutos e cooperativas têm realizado trabalhos transformadores nesse sentido.

Entretanto, o setor privado, detentor incontestável de recursos financeiros, possui um potencial de intensificar ainda mais o alcance de ações que beneficiam a sociedade e o planeta.

Com essa visão, várias empresas criaram fundações e institutos próprios para implementar melhorias a partir das causas que se identificam com seus propósitos e missões. Alguns exemplos são a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza e o Instituto Votorantim. 

Outras corporações optam por desenvolver projetos que apoiam, desenvolvem e capacitam iniciativas que, por sua vez, passam a expandir o próprio impacto gerado. É o caso do banco BTG Pactual que, em parceria com a Ago, realizou o projeto BTG Soma Meio Ambiente, no qual acelerou 10 instituições.

Para além das doações, essa estruturação de projetos tem se mostrado uma alternativa importante para alavancar a potência de milhares de trabalhos locais pelo país.

A agenda ESG e o impacto ambiental

Outra tendência com foco no impacto ambiental, além dos compromissos globais e dos debates entre classes e eventos do setor é o ESG.

Embora muito se fale desse termo, muitas empresas não sabem exatamente como atender aos critérios envolvidos nesse conceito. 

Para começar, ESG se refere às práticas ambientais, sociais e de governança de uma corporação.

Em outras palavras, se tratam de ações e processos responsáveis, transparentes, inclusivos, éticos e financeiramente saudáveis. Essas práticas devem prezar pelo meio ambiente, pelo bem-estar das pessoas do seu entorno (profissionais e comunidade) e, ao mesmo tempo, garantir lucro aos acionistas.

Nesse sentido, os critérios ESG têm sido cada vez mais buscados por investidores e acabam repercutindo em outros fatores que influenciam o sucesso do negócio: 

  • valor da marca;
  • engajamento dos funcionários;
  • escolha do consumidor.

Dentro do contexto ambiental – o E da sigla ESG -, fica claro o grande potencial de ações que estão nas mãos dos negócios. Desde a adoção de ações simples no dia a dia até escolhas dentro da cadeia de produção e fornecimento, cada corporação pode contribuir com atitudes favoráveis ao clima e aos recursos naturais.

Alternativas de cuidado ambiental

Algumas das iniciativas cotidianas para implementar internamente e reduzir o impacto ambiental negativo são:

  • Consumo consciente;
  • Separação, descarte adequado e reciclagem do lixo;
  • Redução do consumo de plásticos;
  • Redução do uso de papel;
  • Economia de água e energia elétrica;
  • Utilização de produtos biodegradáveis;
  • Utilização de energias limpas e renováveis;
  • Consumo de alimentos produzidos por pequenos produtores;
  • Consumo de alimentos orgânicos;
  • Destinação correta de resíduos;
  • Escolha consciente de fornecedores e parceiros (ambientalmente responsáveis).

Esses são exemplos de menor escala para empresas e organizações praticarem a consciência ambiental. Existem, porém, possibilidades mais amplas de atuar com essa intenção:

  • reestruturação dos processos logísticos e de produção, pensados para práticas ecologicamente responsáveis;
  • replantio em áreas desmatadas;
  • adoção de medidas menos poluentes nas frotas de veículos, entre outras.

Boas práticas em ESG e investimentos

De acordo com uma publicação da plataforma Distrito, mundialmente existe uma visão de que empresas alinhadas aos princípios ESG são mais rentáveis que aquelas que não possuem essas agendas. Consequência disso é que o mercado de investimentos tem considerado cada vez mais esse posicionamento na hora de aportar capital.

Assim como a atuação das pessoas está cada vez mais alinhada a propósitos pessoais de fazer algo significativo, o venture capital também pode adotar critérios de responsabilidade ambiental no momento de compor a tese de investimento.

Seja como for, aliar as metas de lucro e crescimento a medidas de cuidados com o planeta se torna cada vez mais um excelente negócio.

Como desenvolver programas de impacto ambiental 

Uma das dificuldades encontradas por empresas que querem contribuir para a causa ambiental é enxergar maneiras de executar essa intenção. 

Normalmente se pensa em como operar com recursos naturais, eficiência energética, controle de emissão de gases, biodiversidade, tratamento de resíduos etc.  No entanto, isso não precisa ser feito diretamente.

Uma alternativa altamente viável é investir e apoiar, através de programas, organizações que já sejam ativas e possuam a expertise necessária.

Por exemplo, a Ago, que é especialista na atuação de organizações e negócios socioambientais, desenvolve soluções personalizadas para empresas e corporações exercerem ações de desenvolvimento do impacto positivo. Nesse formato, a empresa conta com a experiência de profissionais que atuam diariamente no ecossistema de impacto socioambiental e conhece a realidade de OSCs, cooperativas, institutos e fundações.

Essa, inclusive, é outra tendência dentro do mercado, a parceria com especialistas para construir novas culturas de proteção ambiental ou colocar em prática a chamada economia verde.

Diante de tantas vertentes e possibilidades, se espera cada vez mais a atuação corporativa para a conservação do nosso planeta.

O que achou dessas tendências? Compartilhe este artigo com empresas, gestores e organizações que podem se inspirar com essas informações!

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