A mais recente edição do Fórum Econômico Mundial aconteceu na semana de 16 a 20 de janeiro deste ano aconteceu em Davos, na Suíça. Sobretudo, o encontro reuniu representantes de governos, da iniciativa privada e da sociedade civil, além de ativistas e personalidades que atuam em favor de causas sociais e ambientais.
Ao mesmo tempo em que se mencionou muito a guerra entre Ucrânia e Rússia, havia especial interesse com relação ao Brasil. A saber, o motivo era a expectativa de que o nosso país voltasse ao debate externo sobre a preservação da Amazônia.
Então, se você quer ficar atualizado a respeito do que aconteceu por lá e do que pode influenciar o nosso ecossistema de impacto positivo, confira este artigo!
Os representantes do governo brasileiro no Fórum Econômico Mundial
Vários nomes do Brasil marcaram presença em Davos, entre empresários, influenciadores digitais e empreendedores sociais.
No entanto, vamos destacar a atuação dos representantes políticos brasileiros, que estiveram em reuniões com foco em parcerias internacionais e na captação de investimento, além de integrarem alguns dos principais painéis de discussão.
Governadores
Os governadores Eduardo Leite (RS), Helder Barbalho (PA) e Tarcísio de Freitas (SP) participaram de eventos e encontros bilaterais (que não fazem parte da agenda aberta ao público) para apresentar iniciativas e projetos de seus estados. De modo geral, os temas estavam relacionados à agenda verde:
- energias limpas e renováveis;
- bioeconomia;
- novos modelos sociais e sustentáveis;
- tecnologia e inovação;
- floresta em pé;
- captura de carbono.
Ministro Fernando Haddad
Em nome do governo federal, foram enviados os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Marina Silva, do Meio Ambiente.
Durante um painel com outras lideranças da América Latina, Haddad defendeu a produção de energia limpa e a integração regional dos países do centro e do sul do continente. Da mesma forma, já em conversa com a representante do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, falou sobre o interesse de aliar responsabilidade fiscal e social para o desenvolvimento da economia brasileira.
Foto: World Economic Forum
Ministra Marina Silva
Enquanto isso, Marina Silva esteve em evidência justamente pelo seu vínculo com a questão ambiental. Seguem alguns destaques da atuação e dos discursos da ministra:
- Participação no painel cujo tema foi Bioeconomia e preservação da Amazônia. A conversa girou em torno do desenvolvimento de uma economia verde e sustentável na região.
- Afirmação da meta de zerar o desmatamento da Amazônia até 2030.
- Advertência para o fato de que a responsabilidade de cuidar das florestas não é somente do Brasil.
- Cobrança de repasses financeiros dos países ricos para a conservação e preservação dos ecossistemas.
- Reunião com John Kerry, representante dos Estados Unidos para o clima, no qual foi tratada uma iniciativa de cuidados florestais apoiados por aquele país.
- Encontro com ativistas do clima lideradas por Greta Thunberg.
- Intenção de criar no Brasil uma instituição técnica responsável por nos tornar uma referência na governança climática e no acompanhamento das metas com as quais assumimos compromisso na COP do Clima, mais especificamente relacionadas ao Acordo de Paris. A princípio, pessoa que estará à frente dessa instituição assumirá o papel de autoridade climática e representará o país em fóruns e eventos do setor pelo mundo.
Segundo Marina Silva, os encontros bilaterais dos quais fez parte mostraram uma abertura muito grande de cooperação com Brasil em financiamento, filantropia e também para o Fundo Amazônia.
Alguns panoramas pessimistas, outros nem tanto
A visão dos economistas
Tratando um pouco de temas mais abrangentes, ainda no início do evento foi apresentado um relatório importante. O documento, elaborado por economistas de diferentes nacionalidades dos setores público e privado, trouxe uma previsão nada animadora para a economia: mais da metade dos especialistas acreditam que 2023 será marcado por uma recessão global, com as empresas passando por um período crítico de corte de custos e demissões em grandes multinacionais.
Em outras palavras, uma verdadeira crise do custo de vida.
O próprio relatório fala da ameaça que essa questão traz para o longo prazo: atrasos na economia, na produção de alimentos e nas questões do clima.
A visão da ONU
Nesta mesma linha, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, reforçou os riscos da falta de atitudes incisivas a respeito. O alerta foi alinhado ao que o próprio Guterres já tinha levado à COP27.
Como resultado, o pedido do secretário-geral foi pela cooperação internacional e por ações das grandes corporações voltadas à transição para a economia verde.
A visão do FMI
Por outro lado, a diretora do FMI anunciou que as perspectivas não são tão ruins, em função do crescimento previsto para a China neste ano. Igualmente, também admitiu que a guerra no território ucraniano ainda represente um risco para a Europa.
É claro que esses temas são graves e, se não tratados com a devida seriedade, podem levar a um futuro sombrio. Por essa razão, o fato de haver esses avisos em uma vitrine de tanta evidência quanto o encontro em Davos, é crucial para propagar uma conscientização coletiva.
Sim, existe um cenário favorável!
Definitivamente, sucumbir ao ímpeto de desanimar e perder as esperanças no futuro não é uma opção. É preciso reconhecer indícios favoráveis e o potencial construtivo que se abre a partir do Fórum Econômico Mundial.
Assim sendo, trazer todos esses assuntos à tona no maior palco do planeta coloca governos e grandes corporações em uma situação na qual precisam agir. Tal movimento reverbera em atividades de menor proporção, com mobilizações pontuais no contexto de impacto socioambiental, a partir das quais os atores recebem maior apoio e investimento. É uma onda que começa especificamente localizada, mas que se expande em ações locais, porém, pulverizadas em todo o mundo.
Oportunidades no Brasil a partir do Fórum Econômico Mundial
Com relação ao Brasil, podemos dizer que esse olhar é ainda mais positivo. Afinal, hoje é crescente o número de organizações e empreendimentos sociais e ambientais no país. Em paralelo, aumentam também os exemplos de corporações que investem em projetos com o propósito positivo.
Logo, é um verdadeiro ecossistema se movendo e evoluindo.
Neste sentido, os encontros e participações que houve na semana do Fórum dão a ideia do posicionamento promissor do Brasil com relação às questões do meio ambiente e de promoção social a partir da sustentabilidade. Inevitavelmente, esse é um reforço fundamental para que mais agentes se mobilizem e recebam apoio para expandir o impacto gerado.
O balanço feito pela Ago Social
Portanto, o balanço do Fórum Econômico Mundial de 2023 é de alerta para a passividade. Mas, também, de oportunidades de mudança e de apoio às iniciativas que já promovem cuidados com as pessoas e com o planeta.
Em suma, a lição que fica do encontro é: economia e sustentabilidade caminham juntas.
Por fim, conte para a gente, o que você acredita que sociedade, governo e iniciativa privada podem fazer para minimizar os riscos econômicos, sociais e ambientais?