Home // Blog //
Para a construção de um ambiente de impacto é necessário considerar a questão racial

Para a construção de um ambiente de impacto é necessário considerar a questão racial

Para a construção de um ambiente de impacto é necessário considerar a questão racial

Adriana Barbosa, mulher negra, periférica, fundadora da Feira Preta, nos contou a sua trajetória como empreendedora. Ela começou a empreender por necessidade e construiu a sua carreira, transpassando vários espaços. Hoje, Adriana Barbosa, segue fortalecendo o empreendedorismo negro no Brasil

Índice

Empreendedorismo negro: De invisível à potência  

Adriana percebeu que conforme ela ia empreendendo, haveria uma possibilidade de trazer da periferia para o centro o potencial criativo da população negra. Nesse processo, começou a entender mais sobre o empreendedorismo.  

Quando iniciou sua vivência no empreendedorismo, buscando recursos, há 20 anos, a questão racial não estava tão em pauta e havia uma barreira que não permitia enxergar as pessoas negras como um público que cria estratégia e também empreende, pois elas só eram vistas como um público beneficiário de ações pontuais:  

“Trazer pessoas pretas para processo, há 20 anos atrás, era um tabu. Colocavam o negro como um público beneficiário, não como uma pessoa que também cria estratégia”. 

Com esse desafio em mente, a fundadora da Feira Preta começou a produzir dados e fazer uma estratégia de comunicação com o intuito de levar esses dados para os veículos de comunicação como uma narrativa e uma pauta para a sociedade em geral.  

As empresas que falavam da pauta racial, muitas vezes, olhavam para ela sob uma perspectiva ativista e não comercial. Contudo, Adriana Barbosa afirma que o mercado, aos poucos, começou a se movimentar para incluir as potências tanto do empreendedorismo quanto do mercado consumidor negro. Desde então, as empresas começaram a entender sob um outro prisma a questão racial:  

“A população negra movimenta 1.7 trilhão de reais. A partir das pesquisas, muitas coisas mudaram. Então, a gente teve que produzir dados”. 

Conhecimento e construção desses empreendedores.  

Um dos desafios apontados pela fundadora da Feira Preta é o processo de estruturação e de desenvolvimento dos empreendimentos e organizações. Principalmente, para pessoas de baixa renda, o que exige uma grande proatividade e busca por construir um conhecimento que permita os empreendimentos irem além da intuição e da “mão na massa”:  

“Na verdade é importante ter essa proatividade de fazer, mas é preciso ter ciência. E a ciência vem da dedicação, do estudo e do como fazer. Até porque, mesmo dentro do sistema de impacto social há muitos códigos, muitas terminologias que não são acessíveis para todo mundo”. 

O conhecimento mencionado também está atrelado a um fortalecimento dos negócios e dos empreendimentos, sobretudo, no que se refere a oferecer uma base para o fortalecimento institucional desses negócios e empreendimentos, de forma que as organizações tenham um maior preparo para seguirem existindo. Nesse sentido, Adriana Barbosa afirma que o conhecimento ajuda a entender a visão sistêmica que envolve também o como fazer do empreendedorismo negro no Brasil

A visão sistêmica e a diversidade  

A visão sistêmica, enfatiza a fundadora da Feira Preta, auxilia no entendimento do ecossistema como um todo e na compreensão de que para resolver problemas complexos é necessário trazer diversidade para dentro desta resolução. É preciso também refletir a partir de diferentes perspectivas e diferentes atores acerca da interlocução entre a questão da visão sistêmica e a questão do medo, da atuação em rede e da colaboração: 

Do ponto de vista da criação dessa rede foi desenvolver uma perspectiva de diversidade, no sentido de conversar com pessoas muito diferentes de mim e entender quais eram os aportes de cada uma das pessoas que eu conversava para aquilo que eu estava fazendo”.  

A partir da diversidade, das vivências e dos conhecimentos acessados, Adriana Barbosa acredita que é possível ir além dessa interlocução e construir uma rede de apoio que ajude a avançar, mesmo com o medo presente: 

“ Mesmo com medo. Avance! Mesmo com medo. Vai! O medo não pode te paralisar. Você não terá todas as respostas. Não vai chegar pronto. Você terá que construir”. 

Você também quer fazer a diferença, mas não sabe por onde começar? Faça o nosso teste de competências e descubra o quão preparada ou preparado você está para empreender socialmente.

Gostou? Compartilhe, comente e acompanhe mais conteúdos do blog da Ago Social. 

Tags

Compartilhe:

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia também

Ago Social - anos do ESG
ESG

ESG: Quem se importa, ganha?

Não muito tempo atrás, antes do ESG fazer parte das pautas corporativas, eram raros os ambientes nos quais se pensava em questões como destinação de

Continuar lendo